Embora o Brasil seja um grande exportador de produtos agrícolas, no segmento de sementes e mudas a realidade é diferente. Segundo Ronaldo Troncha, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABSM), "somos quase autossuficientes".
Durante uma entrevista ao Agrofy News no Congresso Mundial de Sementes (WSC), Ronaldo Troncha esclareceu que nas principais culturas como soja, milho e trigo, o Brasil não tem dependência significativa do mercado internacional. Ele destacou que, apesar de algumas variedades serem desenvolvidas por empresas multinacionais, há também forte presença de empresas brasileiras inovando e desenvolvendo novas cultivares.
Entretanto, Troncha apontou que a dependência existe em alguns vegetais como batata e certas flores, cujas sementes são geralmente importadas devido à falta de produção em larga escala no Brasil. Ele mencionou que, embora a propriedade intelectual de algumas variedades mais modernas seja estrangeira, as inovações tecnológicas são rapidamente introduzidas no mercado brasileiro.
Além das commodities, o Brasil também exporta genética de algumas culturas. Por exemplo, mudas de alho são exportadas, e há um desenvolvimento contínuo de novas tecnologias por empresas brasileiras, especialmente em vegetais e frutas.
Troncha abordou também a questão regulatória e fitossanitária, afirmando que a importação de sementes é rigorosamente controlada para evitar a introdução de novas pragas no país. Ele elogiou a legislação do Ministério da Agricultura que garante a qualidade e segurança das sementes importadas.
No campo da pesquisa e desenvolvimento, o Brasil está muito avançado. Empresas brasileiras possuem laboratórios certificados e modernos, alinhados com as metodologias internacionais. A estrutura de pesquisa é robusta, com parcerias entre o setor privado, poder público e universidades, promovendo o crescimento significativo do setor de sementes no Brasil.
A expansão do setor é notável, com novas sementeiras sendo desenvolvidas e certificadas, e um crescente número de técnicos contratados para garantir a segurança agronômica das novas cultivares. Dados oficiais mostram que o setor de sementes tem crescido significativamente, representando um valor de bilhões de reais.
Dados: Agrofy News